Sunday, October 5, 2008

Gan bei em Qingdao

Quarta-feira nos encontramos na estação de trem às 10 horas. Tempo suficiente para comprar água, biscoito, se perder, se achar…
Já no trem: a cabine tem 2 triliches surpreendentemente longos o suficiente para caber uma pessoa não chinesa. (calma pai, não tão longo pra você ou Marco Paulo…)
Viagem tranquila. Fomos pro vagão-restaurante e já começamos a beber umas tsingtao pra aquecer. O Henrik que eu disse que não bebia bebeu ”rice wine”. Pois é, descobri que ele não bebe cerveja. Ou melhor, não bebia…

Dormir foi uma tarefa árdua por que a cama é realmente dura. Não conseguimos comprar soft sleepers. Teve que ser hard sleepers. E quando eles dizem hard é haaaaard mesmo! Madeira + lençól. Rádio alto a noite inteira tocando no vagão. Deus ilumine quem criou os tampões de ouvido. Banheiros com latrina. Absolutamente nojento. Surpresa quando encontrávamos algum que só fedia (e continha) urina. Triste.

Depois de longas 20 horas chegamos à Qingdao. Clima agradável. Cheiro de maresia. 

Uma hora pra comprar a passagem de volta que depois de muito atravancar a fila conseguimos: retorno na sexta-feira, 20 horas de viagem, sendo que 17 horas no hard sleeper e 3 horas standing. É, em pé! Ou isso ou voltávamos no domingo (mas daí perderíamos aula).

Fomos olhar a praia. Muito estranho ver todo mundo de roupa, crianças fazendo cocô na areia mesmo, areia escura, praia relativamente cheia... Fomos pro hotel tomar banho e partimos pro festival!

Finalmente!

Entrada: 10 yuan = 2,50 reais.
Estava muito quente e o sol estava forte então compramos uns chapéus de palha. Bem roça mesmo. Quando decidimos comprar os chapéus já tinhamos combinado: vamos pechinchar até conseguir os 3 chapéus por 30 yuan. Perguntamos o preço: 5 yuan cada um. Ok!

O festival era dentro de um enorme parque. Tinha brinquedos de parque de diversão e grandes restaurantes, cada um com uma marca de cerveja. Só cerveja alemã e a Tsingtao. Barraquinhas de brincadeiras como tiro ao alvo, jogar bolinha na boca do palhaço e outras brincadeiras. Parecia uma feira de exposição que tem em cidades de interior. 

Muitos chineses. Estrangeiros mais pro final da noite. Por várias horas nós éramos os únicos diferentes. E tome de fotos! Eles tiraram muitas fotos da gente. Divertido.

Dentro do salão principal, vendiam cerveja em garrafas, latas, jarras e sacos plásticos como mostrei na foto no post mais embaixo. Me contive em comprar pela jarra. Melhor custo beneficio. No saco plástico vinha muita espuma e eles não estavam dando canudos. As pessoas viravam o saco em jarras... Sujeira reinava, restos de comida no chão e em cima das mesas, chineses falando aos berros e cerveja rolando solta. 

Alegria total.

Ganhamos algumas jarras de cerveja e brindamos muitas vezes com eles. Gan bei! Que quer dizer copo vazio, daí se o chinês começava a virar o copo, nós virávamos também. Alguns poucos diziam Gan bei e davam apenas umas bicadas.

Ah, karaokê rolando. Desesperador no inicio,. Divertido no final. Como o povo é desafinado! Affffff nada que algumas cervejas não facilitassem. Como o evoluir da noite os banheiros iam ficando cada vez mais nojentos. (para os informados: era muuuuuito mais nojento que chopada por que as latrinas ficam cheias bem rápido!) eca! Mais a cerveja tinha que sair, então não tinha muito jeito...

Dez horas da noite fomos convidados a nos retirar por que o festival tinha acabado.

Uma gueeeerra pra conseguir táxi pra voltar ao hotel. Finalmente conseguimos, mostramos o cartão do hotel que dizia: “Por favor, me leve ao endereço tal”. No táxi tinha o motorista e um passageiro no assento da frente... ok... entramos os 3 no banco de trás daí no meio do caminho o motorista perguntava coisas pra gente em chinês.

Eu, já alegrinha tinha aprendido a dizer: “Como?” em chinês. Pra diversão geral toda vez que o motorista perguntava alguma coisa eu rebatia: “Como”? Ele repetia a pergunta. Durou um tempo até que eu respondi em português dizendo que não fazia a menor idéia do que ele estava falando... 

Agora já estou de volta à Shanghai. Foi ótima a viagem. Valeu a pena, mas acho que Qingdao vale mais do que o festival de cerveja. Tenho que voltar (um dia qualquer...) pra passar uma semana conhecendo tudo. Bem bonito pelo pouco que pude ver. Ideal mesmo seria ir pros dois últimos dias do festival e completar uma semana passeando pela cidade e arredores. Fica aí a dica.

Beijos e bom dia pra vocês. Estou indo dormir. Acabada de cansaço.
Fico devendo as fotos pra outro dia.

3 comments:

Anonymous said...

É, pelo visto o Henrik não passa mais pelo bafômetro...
Enquanto vc descrevia o festival, eu "via" Rio Novo...E, depois do lance das fotos, dá para imaginar como os animais de exposição se sentem! Mas até que não parece tão difícil assim, né?
Agora, os banheiros das nossas exposições são bem melhores que os daí!

Bjs

Naninha

Anonymous said...

Muito legal! Te morrendo de saudades! Nos vemos em NY. Quando vc vai chegar la? Quando vai embora?
Bjs
Mario

Anonymous said...

Foi ótimo ler tudo, mas como Jack vamos por partes, e elas são muitas.
O tamanho da cama é proporcional ao seu estado de espírito. Depois de algumas brama (obrigado Presidente) a cama fica até aconchegante. Por falar em reclamar da cama tenho um amigo, não sei se vocês o conhecem, que reclamava sempre do tamanho da cama quando a namorada mandava que ele fosse embora para casa, já que eram apenas namorados, e, como ele tem mais ou menos a minha idade, e o namoro foi durante a adolescência de ambos, não seria de bom tom que ele acordasse na casa dela. Acho que não tem nada a haver com o assunto, mas ilustra.
E reclamar de banheiro que está indo para festival de cerveja é ser ingênuo. Banheiro de cervejeiro fede tanto que o cheiro é de amônia e na respirada você sente seu cérebro (para aqueles que o possuem) sendo limpo (para aqueles que isto é possível, porque tem gente com tanta culpa que não dá para limpar).
Não entendi. Paga-se para entrar e pela cerveja. Se assim o for digo: é um festivalzinho mixuruca. Aos que fui pagava-se na entrada, recebia-se um caneco de porcelana e bebia-se à vera. Claro que era um tumulto para conseguir alguma cerveja. Depois de pouco tempo, os menguaças bebunzinhos, divertiam-se em jogar a espuma servida nos infelizes que estavam atrás na fila - fila não, aglomerado. Depois de muiiito tempo porém, os manguaças estavam babando em algum canto e podia-se pegar espuma com mais facilidade. Era só esperar a espuma baixar para podermos beber a cerveja quente, voltarmos para a fila, agora era alguma coisa mais parecida, ter o caneco enchido até ficarmos bebunzinhos, jogarmos espuma nos ....
O melhor festival que fui foi na conhecida cidade de Rio Novo que tem, hoje, segundo dados de TSE 6.295 eleitores. Nesta última eleição, domingo passado, elegeu não só o prefeito, Sua Excelência TOTÕE VAROTTO como seus 9 vereadores. De um total de 60 candidatos. O 4 últimos tiveram ZERO votos, ou seja, nem eles acreditaram nas “propostas” por eles apresentadas.
Voltando ao festival: nos idos de 1987 estávamos em Rio Novo, Maninho e eu, quando soubemos da realização do 1o (e último) Festival de Cerveja de Rio Novo. Compramos 2 canecos numa mesinha armada na praça, esperamos dar a hora e lá fomos para o clube Acauã onde seria o festival. O festival tinha sido montado para receber 500 pessoas + ou – e não chegávamos a 30. Festa no céu. O pessoal que servia o chopp, eram 6, disputavam, quase a tapa, quem se aproximava para ser servido. Eles apregoavam : “ O meu é sem espuma”, “Tenho claro e escuro e posso misturar”, “Faço o colarinho certo”, ou seja, sensacional. O Maninho bebeu até uma parte da sua anatomia fazer bico, confesso que modestamente tentei acompanhá-lo, privando-me, é claro, da parte do bico. Imagino, não recordo mais, que os banheiros eram primores de limpeza.
Logo que você voltar vamos ao Devassa.

Mais saudade ainda.

Beijão