O Festival da Lua é popular por todo leste asiático. Nele é celebrado a abundância das plantacões e a união das pessoas. Na China, o festival é comemorado há 3.000 anos, desde a Dinastia Zhou. Na Malásia e em Singapura o feriado também é chamado de Festival das Lanternas ou “Mooncake festival”.
O Festival da Lua acontece no 15o dia do 8o mês lunar do calendário chinês (normalmente em meados de setembro no calendário gregoriano), que coincide com o eqüinocio de outono do calendário solar. Esse é o momento ideal, quando a lua está cheia e em s
eu maior esplendor, para comemorar a colheita do verão. A comida tradicional do festival é o mooncake (foto à direita), que tem muitas variedades. Pode ser doce ou salgado, fresco ou como esse da foto que é industrializado e deve ter ficado no supermercado por diaaaas. Experimentei dois: um com nozes e um recheio clarinho e outro com pasta de feijão. Razoáveis. Não muito doces, ao contrário dos outros doces que vendem por aqui. Eles estão por toda parte. Semelhante aos ovos de páscoa em abril.
Tradicionalmente, os chineses comemoram esse feriado com a família e amigos que se reúnem para admirar a lua cheia, comer mooncake e pomelos. Outros hábitos desse dia são:
-Comer mooncake ao ar livre sob o luar
-Colocar casca de pomelo na cabeça dos amigos, como chapéu
-Passear com lanternas acesas
-Acender incenso em referência a divindades incluindo Chang’e
-Plantar árvores de meados de outono
-Colher folhas de dandelion e distribui-las entre familiares
-Acender lanternas empilhadas, formando torres
-Desfilar a dança do dragão (ok, a tradução ficou péssima! Parece musica de funk...)
Enquanto muitos ocidentais falam sobre “o homem na lua”, os chineses falam sobre “a mulher na lua”. A história do dia em que Chang’e levitou para a lua, familiar para a maioria dos chineses, é um dos assuntos preferids entre os poetas. Diferente
de muitas divindades lunares em outras culturas em que a lua é personificada, Chang’e vive na lua. O folclore leva Houyi e Chang’e a 2179 A.C., durante o reinado do Imperador Yao, logo depois do reinado de Huang Di.
Existem muitas adaptações para a lenda de Chang’e da mitologia chinesa.
Li todas as que listam no wikipedia e resolvi mistura-las formando uma mais bonita. (Para terror dos tradutores de plantão eu estou reescrevendo a lenda!)
Era uma vez, um rapaz arqueiro muito famoso. Ele se chamava Houyi. Naquela época, haviam 10 sóis que alternavam a volta pela terra. Um dia os dez resolveram aparecer ao mesmo tempo. A Terra ficou muito quente e todos os humanos estav
am morrendo. Houyi, então, flechou nove sóis deixando apenas um para que a Terra fosse aquecida e iluminada. O Imperador dos Imortais ficou muito satisfeito com o serviço de Houyi e lhe deu um elixir da vida eterna. Como Houyi amava muito a esposa, Chang’e, e não queria se separar dela, ele pediu que ela guardasse o eilixir.
Um dos aprendizes de Houyi, Peng ficou sabendo da historia e decidiu roubar o elixir. Peng se fingiu doente para não ir caçar com Houyi e os outros aprendizes e quando todos tinham partido para a floresta ele invadiu a casa de Houyi e Chang’e. Sabendo que não conseguiria lutar contra Peng, e não querendo que o malvado aprendiz virasse imortal Chang’e engoliu o elixir. Ela percebeu que estava flutuando pra cada vez mais alto. Ainda segurou um coelho no desespero, mas acabou flutuando até a lua, onde conseguiu pousar. Houyi chegou a ver sua esposa flutuando, mas não teve coragem de flecha-la para que ela não flutuasse mais.
Pronto. Assim fica uma historinha bonita, com mocinho, mocinha, bandido e ainda explica o desenho do coelho que vemos na lua. No equinócio de outono a lua está em seu maior brilho e é quando podemos melhor observar o coelho que faz companhia à deusa. (a Chang’e mesmo deve estar do outro lado da lua, sei lá....
Esse ano, o festival acontencerá na próxima segunda-feira. O professor disse sentir muito por não estarmos com nossas famílias para comemorar o feriado.
snif snif